segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Economia Serralitrense






A economia serralitrense se ergue sob os auspícios do primitivo sistema de escambo, não existindo, portanto, uma moeda de troca e com o valor convencionado, sendo que cada produto tem seu valor alterado de acordo com inúmeras variáveis aparentemente caóticas e imensuráveis, como o número de pessoas na rua, o estado climático (a densidade de nuvens e situação vislumbratória também influem) e a hora do dia, além do número de cavalos sem arreio e quantidade de montinhos de tijolo espalhados pela cidade (algo muito comum no local).






Entretanto, nenhuma dessas variáveis é tão importante quanto a decisão do bêbado do mês (é um importante cargo que elege um cidadão dentre um grupo pré escolhido e que lhe confere, por uma semana, o mesmo poder do monarca local, porém para se tratar de assuntos menos importante, como a economia da cidade).












[acima, a eleição do bebado do mês]
Voltando à economia, a mesma se desenvolve para trás, ou melhor, nem se desenvolve, na verdade, os serralitrenses não conhecem a palavra desenvolvimento, muito menos progresso. uma vez que se pode perder toda a sua riqueza, ou trocá-la por algo, aos nossos olhos, fúteis.
Um exemplo é se por acaso o dia estiver acinzentado e houver algo em torno de 20 pessoas circulando nas ruas (na maioria das vezes, se nota um grande contingente de pessoas andando dentro de suas casas de uma lado para o outros em um movimento imprevisível e aparentemente sem objetivo, algumas vezes, algumas dessas pessoas saem de suas casas e praticam essa "caminhada" na rua, é esse número que conta), se você chegar em uma loja e pedir 5 tijolos ( um dos esportes mais populares e que confere aos vencedores mais prestígio é o empilhamento de tijolos, muitas vezes, as pessoas gastam o salário inteiro simplesmente para comprar tijolos, entulho também é válido), o vendedor certamente vai te pedir 2 tijolos em troca, no entanto, se você chegar na tarde de um dia ensolarado e pedia os mesmos 5 tijolos, o vendedor irá pedir em troca 3 porcos, sua casa e mais 600 hectares de terra).
[acima um típico amontoado de tijolo em um bairro
nobre da cidade]


Ou seja, uma mesmo produto assume inúmeros valores, como no próximo exemplo: um dia o velho romário, o poliglota tinha 2 vacas ele trocou 1 por 15 Paes e a outra por 3 Paes no mesmo dia mesmo sabendo q as vacas eram praticamente idênticas e q o numero de pessoas na rua e o humor do bêbado do mês não havia se alterado. 'O prejuízo de uns é o prejuízo dos outros também'' diz um mendigo louco que caminhava pela praça que hoje mora em uma das arvores no quintal da casa do Chico, o mentiroso. No mesmo dia encontramos o mesmo mendigo e ele nos diz em uma entrevista ''prejuízo todo mundo toma,não importa o q conseguiu na troca'' .No outro dia vemos esse mesmo mendigo trocando 6 galinhas e 2 porcos por um saco de batatas e trocar em uma loja do lado esse mesmo saco por 3 galinhas e 1 porco e ir depois a uma outra casa de trocas e conseguir 200 hequitares de terras por 2 galinhas.



[acima, romário, o poliglota aparentemente
necessitandode dinheiro]